sábado, 26 de novembro de 2011

Nosso papo quase-perfeito.

 

- Olha. Por hoje eu só preciso dizer que não te entendo. Eu juro que tento, mas não consigo. (...) Me ignore.
-
Se eu disser que também não te entendo, estaremos quites?
- Não. 


(...)


- Não sei se devo.
- Deve.
(...)
 

- Te odeio. 
- Já desconfiava. 
- É? 
- Claro.

(...)

- O que você vai me dar de natal?
- Um abraço.
- Ah, que chato. 
- O que vai me dar?
- Não sei. Você já tem tanta coisa minha. O que você quer?
- Tenho?
- Tem sim.
- Hum... Não sei. Você é boa com presentes, não é? Vai saber o que me dar.
- Já fui melhor. 
- Confio em você.
- Mesmo?

- Mesmo.
- Vou tentar não te decepcionar então.
- Ok, aposto que consegue não decepcionar.

- Já decepcionei tantas vezes
.
- Já não decepcionou outras tantas.

Pra ser perfeito só faltou dizer que me ama tanto quanto eu te amo, e que sentiu minha falta tanto quanto eu senti a sua.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Vai passar.

 Hoje foi um daqueles dias em que ninguém soube usar as palavras certas, aquelas palavras que eu realmente precisava ouvir. Aquelas que nem eu sei quais são. Hoje foi dia de chorar, de pensar (muito) e de finalmente, deixar para trás o meu presente que já se tornou o seu passado. E como tem sido nas últimas semanas, Caio tem me abraçado, me consolado e me ajudado a continuar. E a intimidade com a qual me refiro a ele não é à toa. Ultimamente ele tem sido o único a dizer justamente as palavras que nem eu sabia que precisava.
Espero que ele toque seu coração também.

"Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está ai, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada "impulso vital". Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te supreenderás pensando algo como "estou contente outra vez". Ou simplesmente "continuo", porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloqüentes como "sempre" ou "nunca". Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas. Já não tentamos o suicidio nem cometemos gestos tresloucados. Alguns, sim - nós, não. Contidamente, continuamos. E substituimos expressões fatais como "não resistirei" por outras mais mansas, como "sei que vai passar". Esse o nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência.
Claro que no começo não terás sono ou dormirás demais. Fumarás muito, também, e talvez até mesmo te permitas tomar alguns desses comprimidos para disfarçar a dor. Claro que no começo, pouco depois de acordar, olhando à tua volta a paisagem de todo dia, sentirás atravessada não sabes se na garganta ou no peito ou na mente - e não importa - essa coisa que chamarás com cuidado, de "uma ausência". E haverá momentos em que esse osso duro se transformará numa espécie de coroa de arame farpado sobre tua cabeça, em garras, ratoeira e tenazes no teu coração. Atravessarás o dia fazendo coisas como tirar a poeira de livros antigos e velhos discos, como se não houvesse nada mais importante a fazer. E caminharás devagar pela casa, molhando as plantas e abrindo janelas para que sopre esse vento que deve levar embora memórias e cansaços.
Contarás nos dedos os dias que faltam para que termine o ano, não são muitos, pensarás com alívio. E morbidamente talvez enumeres todas as vezes que a loucura, a morte, a fome, a doença, a violência e o desespero roçaram teus ombros e os de teus amigos. Serão tantas que desistirás de contar. Então fingirás - aplicadamente, fingirás acreditar que no próximo ano tudo será diferente, que as coisas sempre se renovam. Embora saibas que há perdas realmente irreparáveis e que um braço amputado jamais se reconstituirá sozinho. Achando graça, pensarás com inveja na largatixa, regenerando sua própria cauda cortada. Mas no espelho cru, os teus olhos já não acham graça.
Tão longe ficou o tempo, esse, e pensarás, no tempo, naquele, e sentirás uma vontade absurda de tomar atitudes como voltar para a casa de teus avós ou teus pais ou tomar um trem para um lugar desconhecido ou telefonar para um número qualquer (e contar, contar, contar) ou escrever uma carta tão desesperada que alguém se compadeça de ti e corra a te socorrer com chás e bolos, ajeitando as cobertas à tua volta e limpando o suor frio de tua testa.
Já não é tempo de desesperos. Refreias quase seguro as vontades impossíveis. Depois repetes, muitas vezes, como quem masca, ruminas uma frase escrita faz algum tempo. Qualquer coisa assim:
- ... mastiga a ameixa frouxa. Mastiga , mastiga, mastiga: inventa o gosto insípido na boca seca ..."
Caio F Abreu

domingo, 14 de agosto de 2011

Singelas palavras ao homenageado do dia.

Colocaram na nossa mente que os nossos pais são super-heróis, perfeitos, imunes aos defeitos e aos erros. Que eles estão sempre dispostos a te buscarem na escola, a te ajudarem no dever de casa e vão amar sua mãe incondicionalmente. O pai perfeito faz parte do pacote daquela família feliz do porta-retrato da estante.
É uma pena que tenham se preocupado tanto com os contos de fadas e tenham se esquecido da realidade. Da realidade dura, onde o pai tem que pôr o trabalho acima de tudo, do descanso, do lazer, até mesmo da felicidade, pra que a família tenha o almoço de domingo. É triste ver como os nossos pais tem de ser uma verdadeira fortaleza, não podem chorar, não podem sofrer, não podem recuar. Eles são homens, são de ferro, tem que aguentar a tudo e a todos. Tem que ter paciência para aguentar o chefe que já está com a vida ganha e não tem o menor pudor em pisar no subalterno. Já não bastasse passar o dia inteiro sob pressão, a volta pra casa ainda é dura, com a infraestrutura dos meios de transporte de um país que se diz subdesenvolvido, e na prática apresenta uma realidade digna de um país pobre, não só de investimentos mas também de compromisso político, mas isso é história para outro dia. Chegar em casa muitas vezes não é o fim do dia, mas sim o começo de mais uma jornada de trabalho. Ajudar a cuidar dos filhos, da casa, do cachorro, das contas a pagar e da esposa que, justo depois do dia mais estressante do ano, só sabe reclamar.
Pior ainda é pensar nos pais que, por suas razões, não podem estar todos os dias com os seus filhos, assim como o meu.
Por uma grande parte da minha vida eu pensei que o fato do meu pai ir para outra casa após o trabalho, e de outra mulher, que não é a minha mãe, dividir a cama e os eventos sociais com ele, o fazia menos pai do que antes. Com a separação deles, a primeira parte da minha vida que desmoronou foi a parte do pai ideal, herói, presente ali, do meu lado. Por algum tempo eu relutei, e foi através de muita terapia que eu finalmente entendi que o meu conceito de paternidade era extremamente distorcido.
De nada adiantava morar sob o mesmo teto se, pela noite, ele simplesmente jantasse, dormisse e mal falasse comigo. Não era gratificante mostrar aquela prova que eu tanto estudei, atingi o 10 e ele falar "não fez mais que a sua obrigação". Não era bom ter que me acustumar com um pai que viajava durante 6 dias da semana "por causa do trabalho". Não era suficiente morar com ele, ainda mais quando a infelicidade era constante.
Hoje eu percebo que ele foi muito mais herói ao ter coragem de sair de casa para me poupar de ver mais brigas, mais angústia e uma família destruída. Com a saudade, ele realmente valoriza um domingo ao meu lado. Ele não se incomoda de ter que ir me buscar no trabalho todos os dias, já que o engarrafamento vai nos dar muito tempo pra conversar.
Ele estar longe não faz dele menos pai. Pelo contrário. A nossa realidade tem funcionado bem melhor do que o conto de fadas que a sociedade faz de questão de pregar como o único modo de alcançar a felicidade absoluta.
Obrigada, pai. Obrigada por ter aberto mão de tantas coisas por mim, por ter tido coragem de escolher o caminho mais difícil e torná-lo mais proveitoso que o mais fácil. Obrigada por ser pai. Obrigada por ser o meu.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

"Acabou."

A todo instante eu me perguntava como ainda não tinha derramado sequer uma lágrima por você. Afinal de contas, por que eu não sentia sua falta?
Talvez porque você estivesse comigo, ainda que só na minha imaginação.
Mas finalmente elas chegaram. 
Nunca pensei que me dar conta da sua ausência me doeria tanto, ou que eu precisasse tanto de você.
Mas nós não somos mais os mesmos, a vida não é mais a mesma. Procurei seu corpo em outros, procurei seu gosto em outros copos. Mesmo com essa necessidade absurda de ter você de volta, já não te suporto mais. Nem sequer penso em ter que te aturar mais um instante. Você me traiu, me usou diversas vezes, me fez de gato e sapato, me tratou feito lixo; e seus presentes e palavras falsas não foram suficientes para apagar isso. Você continua sendo o mesmo mentiroso de sempre e eu continuo mentindo, fazendo de conta de que não quero te ter por perto nunca mais.
Isso tudo chegou a um ponto angustiante, triste, solitário, confuso, complexo. É hora de acabar com tudo isso, não dá mais. Não posso continuar nessa montanha-russa diária de emoções. Não tem como continuar duvidando a cada minuto, te amando em um, te odiando no outro seguinte. Chega de olhar pras suas fotos, repetir as nossas músicas e pensar como tudo seria diferente se você estivesse aqui. É mais que estupidez continuar com isso, é burrice, é insano.

Cansei de desejar seu abraço, seu beijo, seu toque, seu amor. Acho que finalmente eu cansei de amar você.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011


"E o pior de tudo é que, amanhã o que você vai fazer? Sem mim, sem sonhos... e cuide de quem te quer porque eu irei (...) Felicidades porque já sou parte da sua coleção..."

domingo, 31 de julho de 2011

Nada.


De que adiantam suas lágrimas falsas agora? Nada. De que me adianta ter te amado como uma louca para, no fim, perceber que tudo não passava de um castelo de mentiras? Nada. De que adianta ter dedicado uma preciosa parte da minha vida? Nada. De que adianta ter me deixado de lado para viver somente por você? Nada.
O seu amor, que era tão grande, tão inimaginável, eterno, sincero, infinito, inigualável se reduziu a nada. Hoje tudo que eu tenho são ironias infantis, tentativas frustradas de me causar algum mal e muita, mas muita decepção.
Decepção porque você é um nada. Não é nada do que eu pensava. Decepção com você, decepção comigo. Ainda não entendo porque fui tão tola, de novo. Para que tanto levianismo, afinal? Continuo sozinha, de qualquer forma. Fechar os olhos para a sua estupidez, para os seus erros imperdoáveis, suas traições cheias de covardia, sua falta de compreensão, de carinho e de amor não adiantaram...nada.
Hoje, sem você, minha vida tem sido mais tranquila e feliz. Sem angústias, desesperos, sufocamentos. Posso pensar, falar, rir, chorar, gritar e acima de tudo, fazer. Tudo sem julgamentos. Sem palavras que ferem, sem comentários que em nada acrescentam. Talvez eu esteja mais feliz, mais forte com certeza.
Por algum tempo ainda senti sua falta, mas você foi extremamente capaz de afastar de mim qualquer saudade sua. Muito obrigada, aliás. Sem qualquer possibilidade de culpa, pude vivenciar experiências inesquecíveis. Agora somos só nós duas, eu e minha consciência. Agora tudo é mais fácil.
Mesmo com tanto jogo sujo durante o tempo que a minha vida se resumia a você, eu ainda tentava nutrir algum tipo de carinho por você. Como já repeti milhões de vezes, não gosto de simplesmente ignorar quem já me fez muito feliz, quem já fez parte da minha vida. Mas pelo visto, com você é diferente. Você gosta de jogos inúteis, de sorrisos forçados, de atitudes inexplicáveis e injustificáveis. "Não tô" pra isso hoje, nem amanhã e, possivelmente, nunca mais. Chega de tédio, de mentiras, de lixo. Chega de lágrimas, de agonia, de um felizes-para-sempre falido.


E o que eu sinto por você, hoje? 
Nada.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Dreaming of you.


Dormir sempre foi um dos meus melhores passatempos; nada melhor que dormir a tarde de um domingo inteira, ou passar o dia vendo filmes e pegar no sono com aquela chuvinha...
Mas agora tem sido diferente. Dormir tem sido a melhor parte do meu dia, porque lá eu sempre estou com você.

domingo, 17 de julho de 2011

De novo.


E eu que achava que nunca mais ia perder o controle, que tinha aprendido a lição, que estava preparada para outras emoções tão fortes quanto...
E eu que achava que o que eu tinha aprendido era suficiente pra me ensinar a lidar com tudo que podia surgir no meu caminho. 
E eu que achava que era eu quem mandava no meu coração.
E eu que achava que estava imune a você.

sábado, 18 de junho de 2011

Ao meu amor platônico.


Tenho sentido sua falta mais que o normal. O normal é lembrar de você poucas vezes na semana, naqueles raros momentos onde a minha mente fica vazia e viaja aleatoriamente entre as tarefas do dia e na vontade de dormir, de uma xícara de café, de você.
Ultimamente, tenho sentido uma extrema vontade de você. E na tentativa frustrante de colocar tantas vontades em palavras, em uma carta só pra você, me perco - como sempre, aliás. É assim que me sinto todo o tempo: perdida.
Já não sei o que pensar, com quem falar, ou se deveria te ligar.
A única coisa que sei é preciso de você aqui, agora, já. Preciso das suas palavras sempre tão encantadoras, do seu charme, da sua facilidade em me fazer rir, do seu colo, do seu cheiro, do seu abraço, do seu beijo que nem sequer conheci.
E isso é tudo que eu preciso. Que se danem os planos, as reuniões, o certo e o errado, a realidade. Que se danem os outros. Quero um só dia clichê, somente ao seu lado. Quero flores, quero cartas e promessas de amor, quero beijos, afagos e abraços. Quero você, só você.


"Hoje a noite não tem luar
E eu estou sem ela
Já não sei onde procurar
Onde está meu amor? "

sábado, 16 de abril de 2011

Carta-desabafo-padrão


"Nome da cidade, tanto de tanto de dois mil e tanto.

Nome do destinatário
Envio esta carta porque nunca mais quero você na minha frente. E dessa vez falo sério. Nunca mais quero ouvir a sua voz, mesmo que seja se derramando em desculpas. Nunca mais quero ver a sua cara, nem que seja se debulhando em lágrimas arrependidas. Quero que você suma do meu contato, igual a um vírus ao qual já estou imune.
A verdade é que me enchi. De você, de nós, da nossa situação sem pé nem cabeça. Não tem sentido continuarmos dessa maneira. Eu, nessa constante agonia, o tempo todo imaginando como você vai estar. E você, numas horas doce, noutras me tratando como lixo. Não sou lixo. Tampouco quero a doçura dos culpados, artificial como aspartame.
Fico pensando como chegamos a esse ponto. Como nos permitimos deixar nosso amor acabar nesse estado, vendido e desconfiado. Não quero mais descobrir coisas sobre você, por piores ou melhores que possam ser. Não quero mais nada que exista no mundo por sua interferência. Não quero mais rastros de você no meu banheiro.
Assim, chega. Chega de brigas, de berros, de chutes nos móveis. Chega de climas, de choros, de silêncios abismais. Para quê, me diz? O que, afinal, eu ganho com isso? A companhia de uma pessoa amarga, que já nem quer mais estar ali, ao meu lado, mas em outro lugar? O tédio a dois - essa é a minha parte no negócio? Sinceramente, abro mão. Vou atrás de um outro jeito de viver a minha vida, já que em qualquer situação diferente estarei lucrando. Mas antes faço questão de te dizer três coisas.
Primeira: você não é tão interessante quanto pensa. Não mesmo. Tive bem mais decepções do que surpresas durante o tempo em que estivemos juntos.
Segunda: não vou sentir falta do teu corpo. Já tive melhores, posso ter novamente, provavelmente terei. Possivelmente ainda esta semana.
Terceira: fiquei com um certo nojo de você. Não sei por quê, mas sua lembrança, hoje, me dá asco. Quando eu quiser dar uma emagrecida, vou voltar a pensar em você por uns dias.Bom, era isso. Espero que esta carta consiga levantar você do estado deplorável em que se encontra. Mentira. Não espero nenhum efeito desta carta, em você, porque, aí, veria-me torcendo pela sua morte. Por remorso. E como já disse, e repito, para deixar o mais claro possível, nunca mais quero saber de você.
Se, agora, isso ainda me causa alguma tristeza, tudo bem. Não se expurga um câncer sem matar células inocentes.


Adeus, graças a Deus.


Nome do remetente.


P.S.: esta não é mais uma dessas cartas-desabafo.
 

P.S. do P.S.: esta é uma carta-desabafo-quase-música-de-Adriana-Calcanhoto." 
(Fernanda Young)