terça-feira, 28 de setembro de 2010

Me peguei pensando em você. Gradativamente. Desde quando você era um simples desconhecido até o momento em que você passou a ser aquele que seria o pai dos meus filhos. A partir de então, lembranças, pensamentos, sentimentos me inundaram... E o sono se foi, pela mesma porta que você. Por que quanto mais a gente não quer pensar, mais a gente a pensa? Acho que nunca tive tanta certeza de que a vida é uma perfeita antítese. Quando devemos esquecer, lembramos. Quando devemos nos calar, falamos.
Quando devemos amar, expulsamos.
Te expulsei da minha vida, sem pensar no depois. Sem pensar em como seria sem você, com seus jeitos e trejeitos, chatices tão insuportáveis, sem sua exclusiva capacidade de me fazer feliz. Te expulsei não porque quis, nem ao menos percebi. Te expulsei talvez por seu único defeito ser a perfeição. Te expulsei talvez por ser uma perfeita mentirosa e por saber fingir que sei viver sem você. Não, eu não sei. Aprendi a te amar, mas desaprendi a viver a vida sem você. E na verdade, nunca tive interesse em desaprender. E nem agora, que preciso aprender, consigo me desprender de você e de tudo que costumávamos ser.
Parece estupidez expulsar alguém da minha vida, quando fica claro que esse mesmo alguém é a minha vida. Mas mais estúpido que isso, é essa maneira boba de defender o sentimento mais lindo que trago no peito, abrindo mão de você, já que não posso mais te fazer feliz. Não como você merece. Tudo seria mais fácil se ao invés de te permitir viver, eu aprendesse a viver mais uma vez e finalmente me libertasse de todas as correntes que me prendem. O que eu chamo de crise chegou afinal. Entramos em crise, porque as minhas forças acabaram e eu não tenho mais como lutar por nós. Ou por mim, ao menos.
Sinto sua falta. Sinto falta de nós. E ainda que eu tente, não encontro respostas. Ontem, a perfeição batia à porta e hoje, tudo que vejo é um fim repentino e inexplicável. Ou talvez a explicação esteja mais clara que nunca - talvez eu não tenha sido feita para amar, por mais cruel que isso possa parecer
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domingo, 12 de setembro de 2010

12.06.2010 ♥


 Bom mesmo é perceber, pela milésima vez, que eu acertei no alvo quando escolhi você.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Vazia.


"Meu Deus, me dê a coragem de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites, todos vazios de Tua presença. Me dê a coragem de considerar esse vazio como uma plenitude. Faça com que eu seja a Tua amante humilde, entrelaçada a Ti em êxtase. Faça com que eu possa falar com este vazio tremendo e receber como resposta o amor materno que nutre e embala. Faça com que eu tenha a coragem de Te amar, sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo. Faça com que a solidão não me destrua. Faça com que minha solidão me sirva de companhia. Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar. Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo. Receba em teus braços meu pecado de pensar."

(Clarice Lispector)

terça-feira, 7 de setembro de 2010

The Flower Is Sad.

The Flower Is Sad by Fallenangel94
E o que é que a gente faz com esse aperto no peito, com essa saudade do que não foi vivido, com esse remorso que não é nosso, com esse coração na mão? E como é que a gente lida com esse jeito estranho de amar, com essa piedade do mundo, com essa piedade de mim?